Associação Brasileira de Antropologia/ABA é a mais antiga das associações científicas existentes no país na área das Ciências Sociais, ocupando hoje um papel de destaque na condução de questões relacionadas às políticas públicas referentes à defesa dos direitos humanos.
No decorrer de sua história, ela tem sido voz atuante em defesa das minorias étnicas e dos indivíduos discriminados, posicionando-se sistematicamente contra a injustiça social. Sem ter uma linha político-partidária, sua voz inquieta a todos os que não respeitam os direitos humanos. Seu código de ética exige respeito às populações estudadas e clareza dos objetivos da pesquisa para os grupos e populações investigadas.
A ABA promove concursos de âmbito nacional, sendo o Concurso Pierre Verger voltado para a área da antropologia visual, e distribui os Prêmios Pierre Verger para filmes etnográficos e para ensaios fotográficos. Sua sétima premiação, irá ocorrer na 27ª Reunião Brasileira de Antropologia/RBA, em 2010.
Histórico do Prêmio Pierre Verger
O Concurso de Vídeo Etnográfico foi criado na 20ª Reunião Brasileira de Antropologia, em Salvador, em 1996; Em outubro do mesmo ano, a ABA aprovou o nome de Pierre Verger para titular o prêmio do Concurso. No momento em que o Concurso de Vídeo Etnográfico estava em sua 4ª edição, na 23ª RBA, a diretoria da ABA decidiu criar uma segunda modalidade de premiação: a de Ensaio fotográfico de cunho antropológico.
Os Concursos de Vídeo Etnográfico e de Ensaio fotográfico têm por objetivo premiar produções cinematográficas, videográficas e fotográficas de cunho antropológico que apresentem qualidade técnica reconhecida. São, hoje, considerados exemplos de divulgação do conhecimento antropológico.
Algumas premiações do concurso Pierre Verger, são patrocinadas pela cooperação entre a Embaixada da França e a Associação Brasileira de Antropologia, pois são, hoje, consideradas como forma de divulgação do conhecimento antropológico.
O Júri e os premiados:
O Júri do Prêmio Pierre Verger é formado por antropólogos, cineastas e fotógrafos, com o intuito de avaliar a pertinência antropológica da produção audiovisual, a linguagem na qual são retratadas as questões antropológicas e as qualidades heurísticas e estéticas do relato fílmico/fotográfico apresentado.
Os documentários etnográficos premiados pela Associação Brasileira de Antropologia têm sido acolhidos com enorme interesse não só pela comunidade acadêmica como também pelo público mais amplo, em festivais e exibições na televisão. Importante ressaltar que alguns dos trabalhos premiados neste concurso foram selecionados para participar de mostras e festivais de documentários etnográficos internacionais tais como o Bilan du Film Ethnographique, no Musée de l´Homme (Paris), os Rencontres des Cinémas du Monde Noir (Paris); a Mostra Internacional do Filme Etnográfico (Rio de Janeiro); o É Tudo Verdade (São Paulo e Rio de Janeiro), a Mostra paralela de documentários Festival de Cannes (França), o Festival de Cine y Vídeo Documental (Córdoba/Argentina), o Rio Cine Festival (Rio de Janeiro) e outros.
Neste sentido, o Prêmio Pierre Verger tornou-se uma tradição das reuniões da Associação Brasileira de Antropologia, pela valorização que ele atribui às imagens sonoras e visuais produzidas pelos antropólogos na interpretação dos fenômenos culturais no mundo contemporâneo. Este Concurso é, assim, uma instância fundamental de divulgação destas produções e um espaço nobre de reflexão sobre a pesquisa antropológica e audiovisual no Brasil.
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